domingo, 21 de dezembro de 2014

Giorno 81 - São Francisco de Assis, meu santo protetor

Acordei cedo na quarta-feira (17/12) porque eu, Debbie, Clemi e Ben combinamos de nos encontrar às 09h na Termini para pegar o trem das 09h40 para Assis.

Ir para Assis era coisa minha. Eu sou devota de São Francisco (nascida no mesmo dia que ele e uma grande admiradora de sua história) e desde que cheguei na Itália digo que vou e acabo adiando por qualquer motivo. Essa era a última semana: era ir ou ir. Quando comentei que iria, Debbie e Ben disseram que queriam ir junto e, portanto, Clemi não teve muita escolha. Mas ele não queria.

Isso significa que ele não estava na estação no horário combinado porque não acordou. Mas depois do episódio da noite anterior, eu não estava nem um pouco afim de esperá-lo. E nem Ben. Fomos comprar nossos bilhetes, mas Clemi teve sorte porque, sei lá porque motivo, o trem deste horário era mais de dez euro mais caro. Então, resolvemos pegar o das 11h28.

Deborah, que é uma pessoa muito mais paciente do que eu, ligou para Clemi e o obrigou a acordar. Aliás, ela ligou para ele a cada meia hora. E ainda assim ele chegou atrasado, porque o combinado era às 11h na estação e ele chegou às 11h20. E quase perdemos o trem, porque a plataforma era do outro lado do mundo. Ben e Debbie correram, mas eu comecei a correr e não conseguia.

[Nota mental: voltar a fazer exercícios físicos assim que voltar para o Brasil!]

Deu tempo. Entramos no trem poucos minutos antes de partir. Mas eu estava quase chorando... Sabe, eu não falei em momento algum: 'quero fazer isso'. Para mim, tudo estava bom, o que decidissem estava ótimo, ia com todo mundo onde quisessem... Essa foi uma das poucas vezes que decidi fazer algo e eles eram muito bem-vindos a virem comigo... Mas quase perder o trem das 11h28, sendo que eu estava acordada desde às 07h? Cazzo!

Finalmente chegamos em Assis e não me arrependo por nada em ter ido. E tenho certeza de que Debbie e Ben também não, já que eles repetiram diversas vezes que a visita era bela. Clemi simplesmente não falava. Estava mudo e distante. Deixei isso para lá.

A Basílica é um show à parte. Mas a capela onde está o túmulo de São Francisco... Esse lugar mexe comigo. É de uma paz indescritível! Escrevi minhas intenções, deixei as velas como oferendas e sentei para rezar. Chorei. Chorei, chorei e chorei.



Agradeci e pedi muita luz para encontrar um bom caminho quando voltar para casa. Num ano de tantas perdas, no fim das contas, sinto que saio ganhando.

Saí da igreja ainda chorando e Benjamin me viu de longe, acenou, mas me deixou quieta no meu canto. Eu gosto disso entre nós: esse respeito velado, essa cumplicidade silenciosa.

Quando todos estávamos prontos, seguimos para o turismo na cidade. Caminhamos muito e é realmente um posto a se conhecer.

No trem da volta, trocamos nossos presentes de Natal: eu tirei Ben e o presenteei com um porta-retrato da AS Roma, com uma foto nossa no estádio; Clemi me tirou e me presenteou com um avental com o 'pipi de David de Michelangelo' porque eu fiz o curso de cozinha italiana e fiz os doces da festa sulamericana; Debbie tirou Clemi e o presenteou com uma capinha de celular da Juventus; e por fim, Ben tirou Debbie e a presenteou com uma espécie de capas para as partituras (ela estuda música) que ele trouxe do Marrocos.

Aliás, ele nos presenteou com lembranças do Marrocos e, agora, nós quatro temos a mesma pulseira. <3. Eu também presenteei a todos, com um carrinho de Roma. Detalhes... carinho!

Cheguei em casa morta de cansaço, mas ainda ajudamos Clemi via whatsapp a fazer o teste de inglês para ele entrar na escola em Miami, onde vai estudar no próximo ano.

Apaguei!


Nenhum comentário:

Postar um comentário