segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Giorni 19, 20, 21 e 22 - Viena com os amigos brasileiros, strudel, cerveja e balada!

Na quinta-feira, 16 de outubro, eu madruguei porque tinha que pegar o ônibus da Termini para o Aeroporto às 06h30. Essa é uma ótima opção porque, além de sair ônibus a cada hora desde às 04h30, custa apenas 4 euros e vai direto, sem paradas.

O trajeto leva de 45 minutos a 1 hora, dependendo um pouco do trânsito. Fiz check in, tomei café, comprei um livro em italiano: 'Tu Sei Il Male', que é o primeiro de uma triologia que virou febre por aqui, e logo embarquei. No avião, nem vi a decolagem, de tão rápido que dormi.

Ao chegar em Viena, fiquei em um café esperando a Julia, que chegaria em torno de uma hora depois de mim. De cara já percebi que essa seria uma cidade cara, o que é um problema para mim. Mas quem tá na chuva tem que se molhar, né?

Quando a Julia chegou, seguimos as instruções dadas pelo Rodolfo, nosso amigo que vive na cidade, e pegamos o CAT (City Airoport Tranport), que custa 14 euros e vai direto do aeroporto para uma das principais estações de metrô da cidade, no esquema non stop e em apenas 16 minutos. Ao chegarmos lá, fizemos as baldeações necessárias (Viena é uma cidade relativamente pequena, mas com cinco linhas de metrô que te levam para todo e qualquer lugar da cidade) e, também, compramos o ticket de 72h para usar o metrô. Uma coisa BEM curiosa é que não há catracas para ingressar nos trens. Mas se você quiser dar uma de espertinho e não tiver seu ticket dentro do prazo de validade e, por um acaso, o fiscal passar, a multa é de 100 euros na hora. Sem #mimimi. Só vi essa fiscalização no último dia da viagem, quando estávamos no metrô às 14h45 e o fiscal passou. Por sorte encontrei meu ticket na bolsa, porque já o tinha dado como perdido e, por mais sorte ainda, ele estava válido, e expiraria às 15h40! Foi por BEM pouco, rs!

Esperamos o Rodolfo num café ao lado da estação de metrô mais próxima à casa dele, pois ele também estava chegando de viagem. Comemos alguma coisa e, novamente, constatei que meu dinheiro ia sumir nos próximos quatro dias. Quando o Dolfo chegou, foi uma delícia. Não o via há um tempão, mesmo no Brasil e a energia dele é algo que me contagia. Ele está sempre rindo, fazendo piada, sendo carinhoso... Estava com saudade desse contato mais próximo, sabe? Ele mora ridiculamente perto da estação de metrô (tipo, a 30 m apenas) e o flat onde vive é a coisa mais linda do mundo, com uma deliciosa cama king size, que ele gentilmente cedeu para mim e para a Julia e eu agradeci, já que tenho tido péssimas noites de sono na minha micro cama em Roma.

Enquanto ele se organizava pós-viagem, eu e a Julia fomos explorar o centro turístico. Não demorou para nos acharmos e confesso que fiquei boqueaberta com a beleza de tudo. É uma cidade incrivelmente limpa e assustadoramente segura. Viena é a terceira melhor cidade para se viver no mundo, o que já prova a bela qualidade de vida de seus habitantes. E a Áustria é o segundo país com maior consumo de cerveja por habitante, mais até que a Alemanha, o que prova que a cerveja é boa mesmo! Visitamos a Staphansplatz, a Catedral de Santo Estevão, que é um dos principais símbolos da cidade e incrivelmente bonita! Uma curiosidade é que ela só tem uma torre, já que na época de sua construção acabou a verba e ficou por isso mesmo, rs!

Caminhamos por todo o centro turístico, incluindo a fachada da magnífica Ópera, que é a única no mundo com programações diárias. E eu pensava que este seria um programa só para pessoas muito ricas, mas é possível assistir a um espetáculo em pé por apenas 5 euros. Mas eu não fui. Assim como também não comi a tal da Torta Sache, no hotel de mesmo nome, que todo mundo me escreveu recomendando. Primeiro porque a fila era imensa. Segundo porque eu não sou muito fã de damasco. E, por fim, porque o Rodolfo falou que tinha detestado haha.



Sentamos num local chamado Café Mozart, de frente para Ópera, onde experimentei uma sopa de Goulash, culinária bem local e, embora forte, bem gostosa, tomamos um vinho, conversamos muito. Depois, provei a melhor apfelstrudel da minha vida!



Conversa vai, conversa vem, fomos do chá à cerveja novamente, quando o Rodolfo chegou para nos encontrar junto com seu amigo Lucas, de quem logo gostei: simpático, bonito, educado e divertido. Foi uma boa conexão!

Depois, paramos num quisoque de rua que, ao contrário do que estou acostumada em SP ou em Roma, era extremamente limpo. Os meninos comeram um wraps de kebab, mas eu pedi um nudel que estava com uma cara muito apetitosa. Conclusão: todo mundo quis experimentar o meu nudel, rs. De lá, o Lucas voltou pra casa e nós três seguimos para um pub quase escondido, mas que eu adorei. O único problema, senhoras e senhores, é que se eu já reclamava das infinitas áreas de fumantes de Roma, em Viena há um agravante: e permitido fumar em qualquer lugar, incluindo ambientes fechados. Ou seja: me senti numa balada do final dos anos 90, de onde meu cabelo e minhas roupas saíam defumadas de cigarro. Um horror! E, para piorar, minha alergia mal me deixava respirar. Então, imaginem o estrago...

Eu, Julia e Rodolfo não somos super melhores amigos de infância. Mas pertencemos a um grupo de amigos em comum e nós três estamos em momentos bem parecidos da vida, principalmente no que se refere a uma reciclagem de dentro para fora e o desapego material e sentimental. Por isso esse nosso encontro teve importância e deu tão certo: porque rolou uma troca de energias de pessoas que se entendem e, principalmente, não se julgam.

Quando chegamos em casa, tomei um banho e o Rodolfo, que não é médico, me deu um antialérgico para eu melhorar. Capotei!

No dia seguinte, o Rodolfo levantou cedo para ir à aula. Foi uma das sextas-feiras mais feias da história: fazia frio e chovia torrencialmente. Nosso dia de turismo foi uma tragédia e eu simplesmente não conseguia ficar acordada e reagir ao sono que me consumia loucamente. Era mais forte do que eu, juro! Eu me sentia muito cansada o tempo todo, mas ainda assim, completamos o passeio e visitamos também a casa de Mozart, que fiquei um pouco decepcionada porque esperava uma coisa mais pessoal...

De lá, seguimos para um pub one encontramos o Gui, um amigo brasileiro da Julia que eu também conheço de outros Reveillons, literalmente; e os primos brasileiros dele que vivem em Viena. Chegando lá, eu quase caí da escada, o que me matou de vergonha, mas ok, a vida segue... rs!

Experimentamos o famoso 'wiener schnitzel', que nada mais é que um delicioso bife à milanesa com batata frita. Eu fiquei BEM feliz porque além de a refeição ter custado apenas 6,50, eu finalmente comi CARNE e estava morrendo de vontade, rs!



Depois, mudamos de pub e fomos para um australiano que parece um Outback da vida. No caminho, percebemos que a chuva havia dado uma trégua e o sol estava se pondo lindamente no horizonte, rasgando a cidade com seus raios dourados e iluminados. No novo bar tomamos uma cerveja e, perto das 20h, fomos para casa encontrar o Rodolfo, mas não sem antes parar no quiosque para levarmos nudles para jantarmos em casa.



Ficamos por lá mesmo e o Lucas se juntou a nós, também com nudles. Vinho, cerveja, música e um ótimo papo regaram a noite que não acabou tarde porque estávamos cansados.

Não dormi nada bem. Acordei diversas vezes, sonhei com minha tia Márcia novamente (alguém pode me ajudar com isso? Às vezes sinto que ela quer falar comigo, mas eu não entendo o recado. Tenho medo de dormir e encontrá-la porque isso me assusta. Mas, ao mesmo tempo, ela é minha tia, caramba! Mal não vai fazer... Sei lá. Já sonhei com pessoas que morreram outras vezes, mas por algum motivo sinto que tem algo errado com esses sonhos constantes e inacabados com a tia Marcia e não gosto disso, simplesmente porque ela não me parece em paz; e eu também não fico bem...).

Acordar no sábado foi menos sofrido já que o frio tinha cedido um pouco e a chuva deu lugar a um belo dia de sol e céu azul, que deixou a bela cidade de Viena ainda mais encantadora.

A cidade é linda! Mas algo nela não roubou meu coração. Não sei se a arquitetura muito igual em tudo, já que a dinastia única dos Habsburgo imperou na cidade por muitos séculos. Além disso, as pessoas são frias e grosseiras. O atendimento nos estabelecimentos comerciais é uma vergonha e quase  nos faz sentir mal por sermos turistas. E, por fim, a dificuldade da língua é um fator que complica muito, embora quase todas as pessoas falem e compreendam o inglês com perfeição.

Visitamos o famoso palácio Schönbrunn, que muito me lembrou o Palácio de Versalhes, em Paris. Mas os austríacos que me perdoem, mas a versão francesa é muito mais bonita. E sim, é possível fazer essa comparação, principalmente porque o de Viena foi construído para ser a moradia de verão a mando da imperatriz Maria Tereza, que não era nada menos que a mãe de Maria Antonieta, que viveu em Versalhes até ser decaptada durante a Revolução Francesa.




Lá conhecemos mais de perto a história da emblemática imperatriz Sissi, que era considerada excêntrica por ser um pouco rebelde às formalidades da realiza e por se dedicar às causa sociais, mais ou menos como a Lady Di. Além disso, ela tinha uma péssima relação com sua sogra, que dominava sua vida e, inclusive, lhe tomava os filhos para criar. Sissi perdeu a primeira filha com apenas dois anos de idade, e seu único filho homem se suicidou aos 31 anos, depois de ter matado a amante de 17 anos (há controvérsias sobre esta versão). Em rusomo, uma vida de tragédias e infelicidade. Não por acaso ela tinha problemas de distúrbios alimentares, sendo anoréxica numa época em que essa palavra não fazia o menor sentido, já que ser gordinha era o bonito. Além do peso, Sissi tinha obsessão pelo seu cabelo que ia até os pés, levando quase um dia inteiro para os processos de cuidados. A imperatriz foi assassinada em Genebra, na Suíça, por um anarquista italiano.

Tudo isso me faz pensar naquela boa e velha frase que parece clichê mas é extremamente verdadeira: dinheiro não compra mesmo a felicidade, né?

Depois de um longo passeio pela parte interna, tivemos que parar para um mega lanche porque eu estava morrendo de fome. Em seguida, passeamos pelos jardins, tiramos muitas fotos e nos deliciamos no sol, que deixava as flores ainda mais coloridas no outono europeu.

De lá, seguimos para o Balvedere, um outro palácio real e que, na minha opinião, era ainda mais bonito que o primeiro. Os jardins tinham uma energia contagiante e, enquanto a Julia foi visitar uma das áreas para ver a exposição de Gustav Klimt, eu fiquei sentada ao sol curtindo aquela coisa boa da natureza.

Eu não sei porque, mas sinto minhas energias sendo sugadas o tempo todo. Já me sinto bem melhor da alergia, mas ainda assim, sinto um sono e um cansaço que não vão embora!



Depois, fomos para o centro turístico, onde comemos um tradicional hot dog, com fritas e cerveja. De lá, visitamos a universidade onde o Rodolfo estuda e fiquei impressionada não só com a beleza da arquitetura, mas com a diversidade de serviços oferecidos.



Voltamos para casa, relaxamos um pouco e já começamos a nos arrumar para sair, afinal, era sábado à noite. Escolhi um look normal, fiz um make semi caprichado porque não levei o jogo de pincéis e comecei errado no álcool: vodka com energético na garrafinha de plástico no metrô!

Descemos no centro onde encontramos os amigos do Rodolfo e do Lucas: alguns brasileiros, uma menina da Sérvia, um cara da Bélgica, outro da República Tcheca, uma menina da Rússia... nem sei mais! rsrs!



O Gui e a prima dele, Ana, também nos encontraram. Assim que éramos em umas 20 pessoas entrando bêbados numa balada em Viena, que só conseguimos entrar porque éramos estrangeiros.

A balada foi incrível! Demos muita risada e descemos até o chão, ao som de muito sertanejo brasileiro, é claro! rs!



Por motivos que não vêm ao caso aqui (quem sabe um dia esse blog não vira um livro e conto todos os detalhes sórdidos, hehe); eu me separei da Julia e do Rodolfo e resolvi ir para casa encontrá-los lá. Eram 5h da manhã e eu estava andando de metrô S-O-Z-I-N-H-A pelas ruas de Viena e com uma porcentagem de medo negativa: a cidade é segura mesmo.

Bom, era o que eu pensava, pelo menos. Julia e Rodolfo também foram para casa, mas dormiram no metrô (quem nunca?!) e só acordaram na parada final. Foi quando a Julia percebeu que estava sem o celular... pois é! Não há lugar no mundo em que se possa confiar 100% nos outros, né?

Quando eles chegaram, eu estava sentada no hall do prédio esperando por eles há algum tempo, rs! Dormimos quando já era dia!

Domingo, eu sentia dores no corpo haha! Levantamos por volta do meio-dia, tomei um banho e lavei a cabeça para tentar tirar o cheiro insuportável do cigarro, arrumei as coisas e saímos para almoçar nas margens do Danúbio.

Foi um dos meus passeios preferidos. Sol, céu azul, clima de domingo em família... Foi muito gostoso ver esses rostos conhecidos pela Europa e, principalmente, conhecer gente nova. Estou quebrando barreiras pessoais a cada dia. E me orgulho disso...



Voltamos para casa, peguei a mala e segui para o aeroporto. O voo estava com 1h30 de atraso (mais uma vez gosto de lembrá-los que esses problemas não ocorrem apenas no Brasil, viu?) e o cansaço bateu. Dormi no voo e chegar em Roma foi como chegar #GRU da depressão: calor, desorganização, sujeira... :)

Pegar o ônibus de volta à Termini foi outro suplício! Primeiro porque do nada o valor era 6 euros e não mais 4; depois porque foi um empurra-empurra tão grande, que acabei perdendo meu cachecol, rs.

Passei no Mc Donald's antes de vir para casa e trouxe meu lanche para comer no quarto, mas não sem antes fazer um call com meus pais, de quem já sinto saudades.

Assisti um episódio de 'Criminal Minds' e dormi sem nem abrir minha mala.

É... foi uma boa viagem, mas é bom estar de volta a nossa casa, né?

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