segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Giorno 51 - I Musei Vaticani

A segunda-feira (17/11) começou como uma típica segunda-feira: cinza, para acompanha a chuva e o frio do outono romano, que é úmido e gelado.

Essa noite passei frio e dormi mal.

[Nota mental: comprar um novo cobertor.]

Fui para aula um pouco mais tarde e fiz bem: meu professor faltou e a aula estava quase vazia de novo. Temos um novo companheiro de classe, que eu não sei escrever o nome, para variar, mas sei que ele é seminarista (usava roupa de padre por baixo do casaco) e que é sul-africano. E sei também que ele tem um cheiro muito forte e desagradável.

Eu não quero parecer maldosa e tenho sido uma pessoa muito melhor na questão 'não julgar'. Mas o cheiro era insuportável. Eu, sutilmente, abri as janelas, alegando que estava abafado. Mas a professora substituta (Roberto está doente) disse que não porque estava muito frio.

Fiquei enjoada com o cheiro. Me deu pena, sabe? Porque não foi uma percepção apenas minha e isso me deixou mal...

Mas enfim.

Logo que acabou a aula, peguei o metrô e encontrei a Vivi na porta da escola dela. Almoçamos por lá e seguimos para o Museu do Vaticano, pois tínhamos comprado ingressos para hoje. Chovia muito. Fazia muito frio.

Eu já conhecia o Museu. Aliás, já fui duas vezes e, sinceramente, não estava nos planos ir uma terceira. Mas a Vivi queria companhia e ela vai embora em breve... enfim, fomos!


A magnitude das obras de arte que o acervo comporta é algo realmente impressionante. A influência grega, os quadros, as esculturas e, principalmente, a grandiosidade da obra de Rafael e Michelangelo. E não, não estou aqui falando das Tartarugas Ninjas, muito embora eu as adore. Estou falando dos artistas renascentistas que tinham o dom de transformar em arte as palavras da Bíblia.

A Sala de Rafael é algo de outro mundo. Mas a Capela Sistina... amigos, só digo uma coisa: venham visitar!

Uma coisa bem curiosa é que as pessoas simplesmente se esquecem de que a Capela Sistina é... uma capela! ou seja, lugar de oração, de silêncio, de paz. Assim, os guardas pedem silêncio constante e lembram, a todo instante, que não é permitido tirar fotos.




Um rapaz, na minha frente, começou a fotografar com o celular. O guarda disse uma, duas, três vezes: 'No pictures!'. Como foi ignorado, chegou ao lado do rapaz e disse:

- Senhor, não é permitido fotografar aqui dentro.
- Ah não?! [cara de surpresa falsa]. Desculpe-me.
- Sem problemas, senhor. Mas peço que apague as fotos que o senhor já tirou.
- Ah, apago sim.
- Agora, senhor.
- Oi?
- Sim, agora. Pegue o seu celular que quero ver o senhor apagar as fotos.
- Não.
- Sim, senhor.
- E se eu não fiz?
- O senhor não poderá sair daqui com o seu telefone, senhor.
- Oi?
- O senhor está infringindo uma lei do Vaticano.

E o rapaz pegou o telefone e o guardo o fez apagar todas as fotos. Ele ficou puto. E eu ri. Sabe por quê? Não vou fazer a falsa moralista: eu amo compartilhar a minha vida na internet (vejam bem, eu tenho um blog que relata o meu dia a dia no intercâmbio!). Mas acho que tudo tem limites.

Eu realmente me incomodei muito ao longo da visita no museu hoje porque em diversos momentos, onde era permitido fotografar, quem não queria fotografar, mal conseguia chegar perto da obra de arte para apreciar. Era impossível, porque havia clics de todos os lados.

As pessoas estão esquecendo de olhar o mundo com os olhos. E então, quando chegam em um lugar onde simplesmente se é obrigado a OLHAR com os OLHOS, as pessoas ficam perdidas. Sem a tela, não tem visão.

É o mal da nossa sociedade.

Pois eu sentei na área permitida e fiquei observando a grandiosidade do trabalho de Michelangelo por um bom tempo. Não que a imagem do 'Dedo de Deus' não seja incrível, mas o painel do 'Juízo Final'... Que obra de arte, minha gente!!

Quando saímos de lá, resolvemos ir até o Pompi porque a Vivi ainda não provou o famoso Tiramissu. Mas estava fechado! Assim que resolvemos comer qualquer coisa por lá e, sem querer, achamos uma hamburgueria-cervejaria deliciosa!

Como sempre, Roma presenteando eu e a Vivi. Já sinto falta da companhia dela!



Voltei para casa e encontrei todos os meus roomies reunidos na cozinha preparando o jantar (cada um o seu) e estava uma zona. Mas foi divertido! Nos damos muito bem! Conversamos um pouco, rimos bastante e comentei que passei frio essa noite.

Levei uma bronca do Santi que me disse que eu devo falar sempre essas coisas. Giovanne me deu um novo cobertor e estou bem feliz! haha!

Fiz Skype com papi e mami e agora durmo porque amanhã tenho aula e aula e aulaaaa :)


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