domingo, 23 de novembro de 2014

Giorni 56 e 57 - Lazio 0 x 3 Juventus e um domingo de descanso

Dormi até quase meio-dia do sábado (22/11). Acordei tranquila e fiz um call longo e produtivo com meus pais, porque fazia um belo tempo que não conversávamos direito. Papi carinhosamente me lembrou que daqui a exatamente um mês eu estarei em casa. Isso me faz feliz e triste ao mesmo tempo, mas falaremos deste tópico mais para frente.

Depois, me troquei e fui até o supermercado, finalmente. Abasteci a geladeira e dispensa e preparei um almoço para mim. Em seguida, foi a vez do meu quarto: faxina completa! Estava um nojo porque há dias que não limpava direito!

Então, fiz um pouco de hora por aqui, publiquei umas fotos da semana, respondi algumas mensagens, tomei um banho me arrumei e fui para a Piazza del Popolo onde encontrei Beto, Hele, Clemi, Ben e Debbie e seguimos de tram (espécie de bonde) para o Estádio Olímpico.

Lá chegando, esperamos um pouco porque de longe viemos que havia confusão de torcidas e que os carabinieri (PMs) estavam atirando bombas de gás lacrimogênio. Quando as coisas pareciam mais calmas, nos aproximamos do estádio e, então, percebemos que como éramos a torcida visitante, não haveria lugar marcado para nós. Na verdade, foi ótimo.

Quando compramos, achávamos que deveríamos ir na torcida da Lazio porque apenas sócio-torcedor poderia comprar para a torcida da Juve. Mas na hora, eles separaram tudo: Lazio de um lado, Juve de outro. Aliás, para ser sincera, achei bem organizado tudo. Há tempos que não vou a um jogo no Brasil, mas espero que seja assim. E outra coisa que me chamou atenção é que eles conferem o nome no ingresso com o documento com foto, para evitar os cambisas. Achei isso muito bom!

A partida foi ótima! Ver o Pirlo jogar para mim já valeu! Não só ele: Pogba, Tevez, Bufon, Marchisio, Vidal, Klose... Eu não sou uma fanática por futebol, nunca foi. Mas sempre acompanhou e acho bonito, não só a arte dos jogadores, mas a arquitetura, a forma de pensar, as estratégias... E, é claro, as torcidas!



Eles falam com as mãos, né? Dá para aprender muito italiano numa partida de futebol, acreditem! Além do mais, meu avô Ivo era um juventino e foi uma honra para mim assistir essa partida!

Meu único problema era um idiota BEM NA MINHA FRENTE, que imitava macaco cada vez que um jogador negro da Lazio encostava na bola. Aquilo me irritava muito. Benjamin pediu que eu me controlasse para não arranjar confusão.

Ele tinha razão, mas ao mesmo tempo, isso me fez pensar como nós somos cúmplices das pequenas violências do dia a dia, que acabam se tornando os grandes problemas da humanidade.

Eu era uma mulher, estrangeira, num estádio de futebol, sendo que não torcia para nenhum dos dois times em campo: como mandar um racista nojento desses à merda, sem correr riscos e sem colocar os meus amigos em risco? Isso me obrigou a ficar quieta, a ser cúmplice velada.

Mas pensei em quantas vezes não fazemos isso na vida? Quantas vezes não vemos cenas de racismo, assédio, preconceitos em geral, e mesmo não concordando, nos calamos para evitar que passe a ser um problema nosso?

Me senti mal com aquilo. #somostodosmacacos, mas não quando o fdp racista tá na sua frente e te faz sentir medrosa e impotente. Não tem jeito: a sociedade do preconceito tem que morrer e nascer de novo e, ainda assim, corremos o risco de continuar assim: uma grande merda! :(

A Juve venceu por 3 a 0 e quando acabou a partida, como éramos a torcida visitante, tivemos que esperar mais de uma hora dentro do estádio antes de poder ir embora, para evitar que as duas torcidas se encontrassem do lado de fora e, portanto, evitar brigas e violência. Mais uma vez, não sei se essa é uma prática adotada no Brasil, mas me pareceu bastante eficiente, embora seja bem chato ficar lá dentro esperando.

Pensei muito nos meus amigos esta noite. Se estou numa partida de futebol, devo isso a eles. Muitas pessoas me perguntem porque torço para o São Paulo, se meu pai é palmeirense. Bom, sou são paulina por conta da influência dos meus amigos de infância, sempre apaixonados por futebol. Apaixonados como os amigos que fui fazendo ao longo da vida e me aconselharam a não perder uma partida aqui na Itália. Bom, por falta de uma, vou em três, rs! :)

Conversei muito com Ben esta noite, sobre várias coisas... nos damos bem, nos entendemos, ele é bem querido! :)

Quando finalmente saímos do estádio, estávamos com fome, frio e sono. Mas tivemos que ir ao encontro de Lia, que estava com o namorado e acabamos nos perdendo. Compramos um lanche na porta do estádio (que foi um erro porque me fez muito mal e atacou meu fígado) e saímos caminhando em busca de Lia. Isso prova o quanto estou paciente por aqui, já que não faz o menos sentido sete pessoas irem ao encontro de uma, ao invés de esta uma vir ao encontro das outras sete. Mas ok. Achamos Lia, pegamos o ônibus, depois o metrô, depois outro ônibus e finalmente chegamos ao bar do Fabrizio, nosso ponto de encontro preferido.

Mas eu estava cansada, já me sentia com um pouco de dor de cabeça e estava com muito frio, não sei porque, já que não era a noite mais fria do mundo. Depois, andamos até o Campo di Fiori, mas não entramos em nenhum dos bares e viemos para casa.

O ônibus a caminho da Termini quebrou - muita sorte a nossa, #sqn! - e isso fez com que eu, Ben e Clemi fôssemos caminhando até a estação (quer dizer, eu até em casa).

Dormi me sentindo muito mal.

Domingo acordei às 09h e já vi que a enxaqueca tinha chegado para ficar. Achei curioso porque sábado eu não bebi nada - para vocês verem como nosso fígado é bem curioso, rs! Dormi de novo até às 13h, tomei um café leve, deitei de novo e coloquei toda 3a. temporada de Nashville em dia. Levantei, arrumei meu quarto, tomei um banho e resolvi almoçar (já eram 17h).

Coloquei todos os posts do blog em dia - como vcs podem ver, hehe - atualizei as fotos, e decidi que não vou nem estudar (preciso de um day off!!) e nem sair (não tenho condições físicas!!). Meus amigos foram fazer qualquer coisa turística, mas eu não quis ir; e a outra turma de amigos foi tomar um aperitivo no fim da tarde, mas eu também não quis ir.

Uma coisa eu aprendi: quando meu corpo pede descanso, devo escutar, porque se não acumula e piora. Já sou grandinha o suficiente para não me comportar [sempre] como uma criança, então, este domingo foi dia de ficar em casa!

A enxaqueca melhorou, ainda bem, e depois de cuidar da roupa; resolvi que dá tempo de colocar Criminal Minds ou Revenge em dia! :)

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