domingo, 2 de novembro de 2014

Giorno 35 - Jantar na casa dos amigos Venezuelanos

No sábado, dia 01/11, acordei ao meio-dia. Não me lembro de ter dormido tanto desde que cheguei aqui e achei ótimo. Mas o efeito ressaca pegou pesado. Quando saí do quarto para ir tomar um banho, encontrei o Giovanni que me disse: 'Não vou nem perguntar se a festa de ontem estava boa, hehe. Fiquei um pouco tímida, mas depois pensei que não preciso esconder nada de ninguém, né?

Depois do banho, fiz uma boa limpeza no meu quarto que estava ridiculamente de cabeça para baixo. Separei a roupa suja por cores, troquei o lençol da cama, varri o quarto etc etc etc. Ao final do serviço, Giovanni me agradeceu por cuidar do meu quarto. Eu achei estranho, mas ele me disse que são poucos os hóspedes que fazem isso. Mas como assim, minha gente??

Enfim...

Preparei um macarrão simples, só na manteiga e cream cheese, e a Viviane veio aqui em casa para batermos um papo enquanto eu me arrumava. Ela ficou procurando passagens e hotéis no meu computador (ela só tem o cel e é ruim fazer essas coisas no mobile); enquanto eu me maquiava e me trocava. 

Saí de casa super atrasada para ir jantar na casa da Helena e do Roberto, e ainda tive que passar no mercado para comprar a sobremesa. Minha sorte é que o ônibus 105 estava esperando na Termini e não precisei me alongar na espera do ônibus. Mas este é um ônibus um tanto quanto conturbado em Roma: absolutamente lotado e cheio de pessoas mal educadas. Foi difícil, mas cheguei ao destino com apenas meia hora de atraso e ainda esperamos Jesper, que só saiu de casa depois do jogo do Roma, rs!

Foi um jantar muito agradável! Eu, Helena, Roberto e Jesper formamos um belo time e fiquei feliz de ter sido convidada para este jantar tipicamente venezuelano: arepa (que é uma espécie de pão), com recheio de abacate + frango (lembra um guacamole); ou feijão preto + queijo. Além de bananas chips e vinho. Simplesmente delicioso! 

Esqueci de tirar uma foto, mas roubei uma do Google para vocês terem uma ideia do que estou falando: 


Eu, muito coordenada, só que ao contrário, ao cortar a arepa, cortei meu dedo. Saía tanto sangue, que me assustei, mas controlamos a situação e só ficou um pouco dolorido. 

Durante todo o jantar, conversamos muito sobre os costumes de cada um dos nossos países: música, comida, festas, bebidas, política, futebol, gírias... Foi muito enriquecedor para todos nós essa troca de experiências pessoais. 

É claro que somos todos muito privilegiados pela nossa situação de intercambistas, mas todos temos problemas em nossos países e é importante saber que a nossa grama nem sempre é menos verde que a dos vizinhos. Especialmente no que se refere aos venezuelanos, rs. 

Jesper me mostrou uma música da Suíça que tem uma parte em português. Dá para acreditar? Existe e é bem legal, vejam:



Também falamos muito sobre o Roma, time meu e do Jesper; e do Juventus, time do Roberto e da Helena. Foi muito gostoso mesmo! 

Quando já estávamos na sobremesa, chegou Milena, uma menina da Servia, que é bem amiga da Helena, e uma outra amiga dela. Foi um pouco estranho isso, mas tudo bem... 

Saímos todos juntos de casa prontos para a festa de Halloween da Dilit, escola em que estudamos. Ao chegarmos, pensamos que ia ser horrível, porque estava vazia. Mas, como bem lembrou nosso querido Roberto: quem faz a festa somos nós. 

Então, levamos isso a sério: dominamos a playlist com músicas latinas e brasileiras, além de muito hip hop, investimos nos drinks, e dançamos sem parar. 

Quando Deborah chegou a festa, veio correndo - literalmente - em minha direção, e como uma criança me abraçou forte e me agradeceu por tê-la feito terminar a briga de ontem com seu amigo. Eu disse que ela não precisava se preocupar, que estava tudo certo. E ela me disso:

- Eu sou muito jovem e burra. Faço coisas estúpidas. 
- Deborah, fazer coisas estúpidas faz parte de ser jovem. Isso não faz de você alguém burra, só faz de você alguém que está aprendendo com a vida. 

E ganhei um sorriso e outro abraço. :) 

Quando Clement chegou era visível que ele ainda estava sofrendo com a ressaca. E me perguntou: 

- Como você está conseguindo beber depois de ontem?

E eu disse:

- Uma coisa que aprendi com meus pais e sua turma de amigos é que nada é melhor para uma ressaca do que uma cerveja. 

Ele riu e disse que precisa aprender mais com os brasileiros. Uma hora e algumas cervejas depois, já estava dançando até o chão e entretendo todo mundo com seus passinhos estranho de dança. rs!

Outro momento célebre foi com umas estudantes sei lá de que país, mas acho que Estados Unidos, mas que nenhum de nós nunca tinha visto pela escola. Elas reclamavam de todas as músicas que nós escolhíamos, até que me irritei com elas e disse que se estavam insatisfeitas, que escolhessem alguma coisa ao invés de só reclamar. A resposta de uma delas, em um inglês com tom bem arrogante, foi que elas não entendiam italiano. E daí eu repeti tudo em inglês e terminei com um "será que agora você me entende?". 

Elas escolheram meia dúzia de músicas ruins e a pista esvaziou em um minuto. Mas deixamos elas lá, fazendo uma festa particular, e depois voltamos para nossa festa. Dessa vez, quem escolheu a música foi Mathias, que jogou logo um Sergio Mendes para animar de volta o pessoal. Aliás, essa música toca bastante por aqui: 


Outro momento ilustre da música brasileira foi 'Rap das Armas' que, curiosamente, foi escolhida por Jesper, um grande fã de 'Tropa de Elite', embora considere o BOPE um pouco violente, rs. Todo mundo já conhecia essa música e foi um momento bem animado. 

Ensinei a coreografia de 'Ai se eu te pego' e nos divertimos muito. 

Ao final da noite, disse a Jesper que ele estava fazendo sucesso com algumas amigas minhas do Brasil, que o viram em fotos e tinham curtido ele. Ele riu meio sem graça e já bêbado e me disse: 

- Nunca se esqueça de que você é sempre bem-vinda na minha casa, onde quer que eu esteja morando. 

E me deu um abraço apertado que retribuí com todo carinho que me veio aos braços. Segundo depois, Helena e Roberto se juntaram a nós neste abraço. 



Jesper é um cara do mundo. Cada vez está em um lugar diferente. Mas eu tenho certeza de que ele foi sincero. E fiz questão de dizer a ele e aos meus amigos venezuelanos que a recíproca é verdadeira: essas pessoas são para sempre bem-vindas à minha casa! 

Quando a festa acabou por volta das 3h, voltei para casa. Eles pensaram em emendar e, inclusive, Roberto ficou com Jesper e Helena seguiu para casa, o que achei bem legal, porque ele é sempre tímido e quieto, mas nesta noite estava dançando e curtindo muito. 

Ao chegar em casa, percebi o quanto estava doente de novo: espirros, garganta... ê, 29 anos que não são mais 18! hehe!

Mas tudo bem... só se vive uma única vez, né? :)


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