terça-feira, 7 de outubro de 2014

Giorno 9 - Sendo dona de casa

Não foi fácil acordar na segundona, quando o despertador tocou às 07h30, já que eu tinha ido dormir super tarde na noite anterior. Mas levantei, preparei um café da manhã rápido, e fui caminhando sozinha e tranquila para a aula, já que a Maria foi na frente, porque gosta de chegar mais cedo e tomar um café por lá.

Fiz um look bem italiana, para usar a camiseta nova que tinha comprado no fim de semana. Digo que é bem italiana porque aqui elas colocam uma simples camiseta e estão incríveis! Abusam dos lenços e pronto: ahazam!!



O novo professor se chama Roberto e me pareceu bastante simpático, com um tom irônico nas piadas, o que as tornava bem divertidas.

Ter um novo professor foi bacana porque perguntou a cada pessoa o nome, idade, profissão, o que faz da vida e por que estuda italiano em Roma.

Descobri, assim, que o Jesper, por exemplo, é fisioterapeuta. A Mia tem 31 anos (embora pareça 20!) é designer de interior de automóveis, e já trabalhou em Torino, região da Itália muito focada no mercado automotivo, com marcas como Ferrari, por exemplo. A Valentina, que eu pensava ser alemã, é na verdade sueca. Soube, também, que ela é enfermeira e depois da temporada em Roma, seguirá para Austrália para fazer aulas de surf. O casal de venezuelanos são da Venezuela mesmo, não me confundi em relação a isso, ufa! Mas soube que Helena, de 25 anos, é formada em comunicação social, assim como eu, mas com especialidade em audiovisual. Já Roberto, tem 31 anos, e trabalhava na oficina mecânica de seu pai. Os dois estão aqui em busca de uma vida melhor, já que Roberto tem cidadania italiana e a situação na Venezuela não vai nada bem.

Fora nós, os de sempre, chegaram dois novos alunos, ambos da Suíça. Aliás, tem tantos suíços nesta escola que tô achando que rolou uma importação de suíços e não um intercâmbio, rs.

Eu não sei escrever os nomes deles, mas acho que é Joel, um menino de apenas 21 anos que veio estudar italiano porque gosta do idioma e, quando retornar, vai ingressar na universidade de psicologia; e a Males uma senhora que ficará por aqui somente por duas semanas. Ela aproveitou as férias para estudar mais o idioma, já que seu marido é da região da Suécia onde se fala italiano. Ela é professora para pessoas com necessidades especiais, mas está muito assustada com o nível alto da turma e acha que não conseguirá dar conta. Falei que é só uma primeira impressão, por experiência própria. Rs.

Durante a aula, percebi que preciso estudar em casa. Pelo menos as regras de conjugação e de pronomes. Inclusive, comprei um livro na própria escola, que deve me auxiliar.

Estudarrrrr!
No intervalo, Jesper me disse que achava que não tinha mais ingresso para o jogo do Roma, de modo que preciso correr para tentar garantir o meu! As conversas têm fluído melhor e todos, muito carinhosamente, lembraram do meu aniversário e me desejaram 'tanti auguri', com abraços e tudo, rs. :)

Depois da aula, fui direto para o supermercado. A Maria foi comigo, mas logo que chegou ela foi embora porque não gostou da salada de lá. Mas eu fiquei e fiz uma compra de gente grande! O problema é que, como a compra era grande, além das sacolas que levei da última compra, precisei comprar mais duas (sim, aqui se compra sacola no supermercado para levar as coisas para casa e custa 12 cents de euro cada).

Mas carregar quatro sacolas cheias e pesadas não foi muito inteligente e nem uma tarefa muito fácil, acreditem. O supermercado, que fica a 10 minutos caminhando de casa, parecia há quilômetros de distância e, quando finalmente cheguei, parecia que eu tinha corrido uma maratona.

[Nota mental: levar um carrinho de compras ou fazer um supermercado menor.] 

Comprei coisas bem lights: muita salada, mozzarella de Bufala, prosciutto, cream cheese, biscoito de arroz, pão integral... não porque estou com medo de engordar, porque já falamos sobre isso. Mas sim porque preciso parar de comer na rua e gastar tanto dinheiro. E, aqui em casa, não dá para inventar moda na cozinha. mas com coisas simples para comer.

O problema é essa coisa de dividir apartamento com estranhos. Sinceramente? Me sinto como uma visita no que deveria ser minha casa. Só me sinto à vontade mesmo no meu quarto, não tem jeito. Tomo banho de Havaianas e levo a necessaire para o banheiro, sem deixar nada por lá.

Na cozinha, a mesma coisa. O espaço na geladeira é pequeno e, honestamente, achei tudo meio sujo. Ou eu que sou muito fresca, sei lá. Mas até comprei uma buchinha nova para pia, porque com a que tinha lá, parecia que a louça ia sair mais suja do que entrou. Até cheirava mal, eu juro!

Aliás, não se seca louça nesta casa: o armário onde se guardam os copos e pratos, já é um escorredor, as panelas ficam penduradas em cima da pia e os talheres ficam no porta-talheres em cima da pia que também já é um escorredor.

Lavou, secou. Simples [e estranho] assim!

Não vou nem entrar em detalhes das panelas mal lavadas; da tampa do forno, que espero nunca precisar usar; dos armários que têm um cheiro estranho; e principalmente da imundice da geladeira.

Os pratos são tão velhos que não se sabe se é sujeira ou apenas marcas do tempo. E antes que alguém ache charmoso, é nojento. Fim. A ponto de eu estar considerando comprar descartáveis para comer mais tranquila.

Eu fico com tanto receio de comer que, outro dia esquentei um pão na frigideira (lavo sempre antes de usar porque aqui não tem torradeira) e, na pressa, deixei a frigideira encostar na toalha de plástico, queimando a mesma. O Giovanni não gostou muito, hehe.

Ooooops! =P


[Nota mental: comprar uma nova toalha de plástico para a mesa da cozinha.]

Fora isso, o lixo da casa inteira fica num canto da cozinha. Não há lixo nos banheiros (só uma casa de homens para não entender a importância de um lixo no banheiro, né? Mulher sofre...). E não há separação de reciclável, sei lá porque. Mas são dois lixões que vivem abarrotados, o que torna tudo mais nojento. Não me senti confortável ainda de questionar o Giovanni sobre os dias de colocar o lixo fora, mas é muito estranho que isso só incomode a mim e à Maria. Será que é por que somos mulheres?

Cozinha com o fogão de longe para vcs não se assustarem, rs

Os lixões da casa, na cozinha, sempre lotados. Blé! 


Outro fato que me incomoda bastante é o cheiro de comida constante do apartamento. Não há janelas na sala, que serve mais como um corredor que liga os quartos à cozinha e aos banheiros, embora tenha um sofá, TV (que nunca vi ninguém usar) e uma estante com alguns livros de italianos para estrangeiros, guias da cidade etc. na cozinha, há janela, mas nem sempre está aberta, o que é uma estupidez quando se vai cozinhar, pois o cheiro da comida vai para esse corredor. Ou seja: toda vez que entro em casa (a porta dá no meio do corredor), vem esse cheiro desagradável, que sempre lembra óleo parado. Blé!

Daí já entro no meu quarto, abro a janela e, se possível, deixo a porta do quarto aberta para que o ar circule e o cheiro suma.

Essas são as portas dos outros quartos.

Por outro ângulo: aquela porta aberta e com muita
luz natural é a do meu quarto, obviamente, rs

Vista do meu quarto para o restante do apê.
Um dos dois banheiros, este é o maior.
Penso muito, muito na minha mãe e na minha amiga Fernanda Intropedi, que teriam um ataque com toda essa sujeira. Na verdade, está sendo um exercício para mim tentar não me importar com isso. Ah! E detalhe: toda terça-feira tem uma moça que limpa as áreas comuns da casa, como banheiros, sala e cozinha (ela só não entra nos quartos). Imagine se não tivesse ninguém para limpar... rs

Bom, depois do almoço, lavei meias e calcinhas na mão (isso significa: na pia do banheiro) e limpei meu quarto, passando um pano com desinfetante no chão. Eu teria varrido antes, para tirar a poeira, mas não há vassouras e também não vou comprar. O quarto estava imundo, cheio de poeira, porque como disse acima, deixo sempre a janela aberta.

Depois, tomei um banho bem relaxante, coloquei uma roupa à vontade e comecei a tarefa de postar as várias fotos da viagem no Facebook, além de atualizar este blog. Também aproveitei para estudar um pouco de italiano. Comi uvas à tarde e, à noite, jantei repeteco do almoço: frango com salada.

Quando menos percebi, já era super tarde e fui dormir, de novo, depois da meia-noite. Aquilo, de dormir mais cedo, ainda não foi realizado... rs!

5 comentários:

  1. Talita, minha noção de higiene também mudou muito depois de um ano na França. E quer saber? Achei ótimo... No começo achava-os porcos em relação à casa, hoje acho desmedida a obsessão por limpeza que os brasileiros tem... Atualmente, como dona da minha própria casa, me libertei da imposição te-la com limpeza de comercial de desinfetante e cheiro de eucalipto... Prefiro usar esse tempo pra ler um livro! ;-)

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    1. Paulinha! UFA! Espero que o mesmo aconteça comigo! sinto que para eles é tudo mto natural, mas para mim ainda é estranho... espero que, aos poucos, eu vá me libertando tb!! :)

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    2. Vai acontecer sim, achando o seu meio termo...
      =)

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  2. Tali, eu não canso de ler seu blog...não comento sempre para você não cansar de mim...meu jeitinho. Mas aqui, me sinto vivenciando essa jornada com você <3

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    1. Drizinha linda, vc não me cansa nunca! E fico feliz que vc esteja gostando... volte sempre! Muito embora ache sua opinião suspeita pq vc é uma das minhas maiores fãs hahaha! love ya! <3

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